O governo federal conduziu mal desde o início da greve dos caminhoneiros, que completou cinco dias na sexta-feira. Primeiro, desprezou a mobilização de categoria, que ganhou o apoio de grande parte da população. Depois, iniciou tarde as negociações e anunciou medidas que zombavam com a inteligência dos caminhoneiros. Para completar, na noite de quinta-feira, o Palácio do Planalto anunciou que governo e categoria teriam chegado a um acordo, contudo, as principais entidades representantes dos caminhoneiros não haviam aceitado a trégua de 15 dias, crescendo a tensão e o número de bloqueios em estradas. Só aumentou o cenário que já era de caos, com vários setores desabastecidos. Diante dessa situação, o presidente Michel Temer (MDB) fez um pronunciamento, no começo da tarde de sexta-feira, autorizando o uso das forças de segurança para desbloquear as rodovias. Graças à falta de habilidade de um governo fraco, o país chegou a esse caos. A forma de condução dessa situação é o exemplo do que uma autoridade, com a responsabilidade de presidir um país, não pode fazer, com consequências sérias à população. Sem saber o que fazer, apela para as Forças Armadas.
Um assunto importante em meio aos caos
Enquanto Santa Maria começava a sentir os efeitos da greve dos caminhoneiros com falta de combustível, água e alimentos, os vereadores, na tarde de quinta-feira, interromperam a sessão e se reuniram ao redor da mesa da direção para tratar de um assunto muito importante: sua cota de combustível.
Os vereadores recebem valor que daria para comprar 200 litros por mês, mas o recurso tem sido insuficiente devido à alta expressiva dos combustíveis. Ao final, como nem todos os parlamentares concordaram, a proposta foi rejeitada. No meio do caos, os vereadores, ao invés de se preocuparem com a população, estavam preocupados com sua cota de gasolina.
Fábrica de boatos
Desde que o surto da toxoplasmose atingiu Santa Maria, há quase dois meses, a fábrica de boatos sobre a causa de contaminação não parou de funcionar. Correm pela cidade especulações dando conta que foi esse ou aquele estabelecimento o responsável por provocar o surto. Pelo menos cinco nomes de empresas de Santa Maria foram alvos desses comentários, que se espalharam pelos quatro cantos da cidade. À Redação do Diário, também chegaram questionamentos sobre a veracidade dessas informações que circulam em conversas pelas ruas, nas redes sociais e grupos de WhatsApp.
As autoridades da saúde seguem garantindo que não há qualquer confirmação acerca da causa da contaminação. A verdade é que, até hoje, não se sabe a fonte do surto, e, talvez, nunca se saiba. Tudo não passa de boato até agora. Então, muita calma nessa hora!